Pico Camapuã – Campina Grande – PR (Serra do Mar Paranaense)

 

 

Introdução

O pico Camapuã está localizado na porção da Serra do Ibitiraquire, parte norte da Serra do Mar no Paraná. A montanha mais alta e conhecida do conjunto é o Pico Paraná.
Voar na Serra do Mar paranaense não é fácil. Primeiro porque a condição climática realmente não ajuda. Durante a maior parte do ano, chove muito. Segundo pela absoluta falta de pouso… Tem que procurar muito para encontrar algum lugar possível.

Estratégia

Não é necessário mais que um dia para voar nessa montanha. A subida dela é relativamente fácil para quem está acostumado e a trilha é bem demarcada. Em pouco mais de 3 horas é possível estar no topo preparando o equipamento. Mesmo subindo bem lentamente, não levará mais que 4 horas para atingir o ponto mais alto.
Dessa forma, é possível iniciar a caminhada às 8 da manhã pra estar na montanha em tempo hábil para encontrar as melhores térmicas.
O que todos desejam em voar no Camapuã é, em primeiro lugar, conseguir realizar o sonho de atravessar a Serra do Mar, pousando já na porção litorânea do Estado do Paraná. Porém, as condições para realizar este voo não são fáceis de ocorrer. E, tendo em vista isso, a segunda opção é realizar um voo bacana, apreciando a vista da região e descendo a montanha sem grandes esforços.

Melhor época

Se é que existe uma temporada de voo na Serra do Mar paranaense, esta está entre os meses de junho até outubro, quando a ocorrência de chuvas diminui consideravelmente na região. Porém, tecnicamente, os melhores voos serão nos meses iniciais da primavera, quando o sol incide com mais força na região, alimentando melhor as termais. Porém, bons dias existem em todas as épocas do ano, mas a chance de não voar é realmente muito grande.

Quadrantes

O formato do Pico Camapuã colabora com as decolagens.
Foto: Hilton Benke

O topo do Camapuã é quase todo em campos de altitude, que facilitam muito a decolagem. Com vento fraco ou sem vento, a baixa proeminência do seu topo dificulta um pouco, ocasionando decolagens e pousos na rampa em sequência… Mas é possível decolar sim.

O melhor vento na região é o W, porém, é possível decolar desde o quadrante NNW até o SSW.

Ventos e Condições Meteorológicas

A escolha do dia é primordial. Como mencionamos, o melhor quadrante é o W até o NW, então, dê preferência para este vento. A ocorrência de ventos fortes na região é comum, contudo o maior problema é a entrada do vento do litoral à tarde, que vem do E – NE. Este vento é denso e forte, e pode ocasionar problemas, mesmo durante o voo e atrapalhar muito o pouso.
O segredo é embasar seu voo pelas previsões da parte alta da serra, mas sem esquecer da parte baixa, na porção leste. Escolha um dia com pouca umidade relativa no ar e de vento fraco no litoral! Os sites xcskies e mountain forecast ajudam bastante.
Visual do Mar no Cross Country. Foto: Hilton Benke.


Para o cross para o litoral, é importante observar se o vento na região abaixo da Serra do Mar é forte, sua direção e etc. O pouso indicado fica a aproximadamente 13 km de distância da decolagem. Se encontrar vento E – NE moderado durante a travessia da Serra do Mar, o resultado pode ser desastroso, forçando-o a arborizar em meio à mata atlântica. A porção abaixo das montanhas é quase nada explorada, não há fazendas ou pousos possíveis, e pra ajudar, o pouso mais perto visível é abaixo de linhas de alta tensão. Ou seja, só arrisque esse voo se tiver certeza absoluta do que está fazendo!

Já para o voo local, o pouso indicado fica a O da montanha, distante apenas 2,5 km.

Localização e como chegar

Aproveite para por uma biruta no pouso, pouco antes do
estacionamento. Foto: Hilton Benke.

A entrada da trilha fica na Fazenda da Bolinha (atenção: Não chame a proprietária de Bolinha, pois correrá “risco de vida” kkk). É cobrado valor de estacionamento e de entrada, algo próximo a R$10,00 por pessoa (em 2015).

Para mais informações sobre o acesso veja o link  .

 

Equipamentos

Foto: Hilton Benke.

Além da roupa q estiver vestindo, leve anorak e agasalho. É comum ocorrer chuvas na região sem muito aviso, então esteja prevenido. Se quiser proteger seu equipamento, utilize capa de chuva na mochila!

Atenção ao ultimo ponto para coleta de água!
Foto: Hilton Benke.
Bota para caminhada é essencial. Protetor solar e lanterna devem estar no kit. É possível subir mesmo com aquelas mochilas grandes de parapente, mas o ideal são equipamentos menores, como seletes reversíveis e etc. Evite peso extra… Cada grama a menos ajuda muito na caminhada.
Há água boa constantemente no primeiro terço da caminhada. Quando começar a caminhar por dentro do rio, e este estiver bem pequeno, é hora de pegar água para o restante da caminhada. Acredito que entre 1 a 1,5 litros seja o suficiente.
 

Caminhada até o Pico Camapuã

Piloto próximo do Pico Camapuã. Foto: Hilton Benke


A subida leva entre 2,5 a 4 horas, dependendo do ritmo de cada um. O início é em mata alta, com pouco sol, acompanhando um vale de rio, que é cruzado diversas vezes. Não é uma subida forte e o ritmo é rápido. Após esse trecho, chega-se num cruzamento, onde deve-se pegar à esquerda e continuar subindo. Se começar a descer forte, você errou a trilha e deve retornar.


Ultimo trecho de caminhada antes da rampa.
Foto: Hilton Benke.

A segunda parte já é na crista SW da montanha. Será em árvores não tão altas, sem água, com a subida apertando um pouco. O final dessa subida são os campos de altitude da montanha, que compõe o terço final da subida. Aqui é onde o bicho pega. Subida forte, constante, sob o sol. Você chegará na cara SW da montanha. Não há uma rampa definida na montanha. Seus campos são baixos e facilitam a decolagem para qualquer vento em todo o quadrante W, desde o N até o S.

O Voo

“Rampa” no Pico Camapuã. Foto: Hilton Benke.

Não importa de onde decole, mantenha seu voo inicial na cara W da montanha! Ou seja, mesmo decolando na face Sul da montanha, já siga na direção W! É lá onde está o pouso em caso de prego e se perder esse, será complicado encontrar outro.

Cara, olha as bases! Foto: Hilton Benke.

As térmicas são abundantes na região. O melhor local é sobre o “Camacuã”, um morro de pedra a NW do cume do Camapuã. Tenha cuidado com a potência das térmicas ali… A altitude mínima para tirar para o litoral com segurança, é de 2.300 metros, mas é preciso analisar todos os fatores, principalmente o vento que vem da porção E. Se tirar e quiser desistir, os únicos locais passíveis de pousar são próximos aos cumes das montanhas à E/SE do Camapuã, e exigirão longa jornada para voltar à fazenda que deu acesso à montanha. Recomendamos que se estude muito bem a região e suas trilhas.

Pousos recomendados

Visual de pouso e estacionamento durante o voo. Foto: Hilton Benke.

O pouso “oficial” é ruim, mas existe! Fica cerca de 600 metros antes do portão da fazenda e é altamente recomendado que seja reconhecido antes de se subir a montanha. Durante o reconhecimento, aproveite para colocar birutas (pequenos pedaços de papel higiênico nas árvores e galhos). O vento costuma vir do fundo do vale, à W, e, mais tarde, com predominância E/NE.

Aproveite para ensaiar como pousar no local por diversas vezes. A aproximação deve ser exata e baixa, de forma a permitir um pouso seguro logo no começo da área. Ensaie também o que fazer, caso se ganhe altura no meio da aproximação final.
Caso “tire” para cross em direção ao litoral, recomendamos o pouso ao lado do rio Cacatu, seguindo sentido SE. No local existe um pequena pousada, com piscina e tobogã, que é possível avistar de cima. O pouso é amplo e fácil. Cuidado com o charco.

Vídeos

 Hike and Fly – Camapuã. Vídeo de Hilton Benke. Duração: 7:14 min.
Cross Country – Camapuã / Antonina. Vídeo de Hilton Benke. Duração: 10:35 min.

Log de Voo Pico Camapuã (XC Brasil)

Mais informações, acessos e trilhas da região

http://www.rumos.net.br/rumos/rumo.asp?cdNot=78

Texto: Hilton Benke. Imagens: Hilton Benke. Revisão e diagramação: Lygia Takayama.


Montanhista, Piloto de parapente e entusiasta do Hike and Fly. Primeiro a decolar do Pico da Neblina, montanha mais alta do Brasil! Editor do primeiro site dedicado a modalidade no Brasil.

7 Comments

  1. Unknown
    23 de novembro de 2015

    Parabéns caras. Belo Fly. Belo filme. Keep flying, all together. Hike and Fly lol

    Responder
  2. Unknown
    23 de novembro de 2015

    Parabéns caras. Belo Fly. Belo filme. Keep flying, all together. Hike and Fly lol

    Responder

  3. 30 de maio de 2018

    otimo texto parabens pelas informações…

    Responder

  4. 6 de junho de 2018

    pessoal obrigado,graças a voces e seu material consegui fazer o voo…
    foi muito bacana e todo voo transcorreu com tranquilidade…
    As condições em maio/junho sao bem forte as termicas bem sacudidas mas tudo transcorreu muito bem…
    Valeu galera do hike and fly de Curitiba
    hilton eric raquel mega eduardo mazza gil todos super receptivos

    log do voo

    http://www.xcbrasil.com.br/flight/334706

    animaçao do voo

    http://doarama.com/view/2206989

    Responder

  5. 17 de junho de 2018

    Este comentário foi removido pelo autor.

    Responder
  6. MontoyA
    23 de julho de 2018

    Olá Yo!

    O seu vídeo está muito legal, podemos incluí-lo no corpo da matéria? Apenas me informa seu nome completo para colocar os devidos direitos.

    Abraços!

    Responder

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