Pico dos Marins – Piquete – SP

Leia abaixo todas as informações que você precisa para subir, decolar e voar de paraglider no Pico dos Marins, na Serra da Mantiqueira!
 
 

 

 

 

 

 

 

A estratégia geral

 
O mais recomendado é reservar dois dias para sua aventura. O primeira dia para chegar ao acampamento base do Pico dos Marins e o outro para subir a montanha e voar.
 
A vantagem é acordar descansado no abrigo que fica já no início da trilha. Você terá tempo suficiente para aproveitar a caminhada sem ansiedade de perder a melhor condição de voo.
 
Outra alternativa é chegar e voar no mesmo dia. Neste caso tente se planejar para estar no acampamento base por volta das 6h ou 7h. A caminhada até o cume vai levar entre 3h e 5h.
 

Melhor época para voar no Pico dos Marins

 
Os meses que apresentam mais dias com as condições meteorológicas boas para o voo livre na região são de Julho a Setembro.
Para montanhistas em geral, a temporada de visitação recomendada é de maio a setembro e também deve proporcionar dias de voo incríveis. Nos demais meses há grande chance de chuvas e raios, além de as condições mudarem rápido ao longo do dia.
 

Os quadrantes

 
O topo do Pico dos Marins permite decolagens relativamente confortáveis para vento vindo das direções W, SW, S, SE, E. NW também é possível. 
 
Para decolar para N, NW e NE é melhor  caminhar até o outro lado da serra e decolar perto do Marinzinho ou Pico Leste, mais ou menos uns 100m abaixo do Pico dos Marins.

 

 
O descnílvel para o Vale do Paraíba (ao sul) é maior
 

 

A decisão se voce vai voar para o Norte ou para o Sul deve ser tomada durante a caminhada, assim que alcançar o Platô. Mais abaixo detalhes da trilha e dos pontos de decolagem.

Vento e condições meteorológicas

 
Escolha um dia com previsão de velocidade do vento muito baixa.
 
As duas primeiras expedições aconteceram em dias no qual a previsão estava entre 1~3km/h e rajada entre 4~5km/h. Mesmo assim, no cume, a velocidade estava perto dos 20km/h. No momento da decolagem o vento diminuiu bastante porque houve uma inversão na direção, Decolamos com vento entre 5˜7km/h.
 
Na terceira expedição a previsão era de velocidade entre 5~7km/h, rajadas de 8~9km/h. Porém, na rampa, encontramos ventaca acima dos 27km/h e tivemos que esperar até o meio da tarde, quando o vento diminuiu a velocidade, para conseguir decolar com segurança.
 
A umidade também deve estar muito baixa para garantir que a base das nuvens seja alta e que o cume não esteja entubado.

Não desanime se quando voce iniciar a caminhada pela manhã o cume estiver entubado, há uma diferença de altitude entre os vales do lado Norte a o Vale do Paraíba (ao sul) e, em uma das nossas expedições, uma neblina espessa passou por cima da montanha por toda a manhã, do norte para o sul. Apenas no meio do dia, as bases subiram e o cume ficou aberto e perfeito para decolagem.
 
Também aconteceu de o cume estar aberto, mas o Vale do Paraíba, ao sul, estar tomado pelas nuvens formando aquele colchão branco abaixo da rampa de decolagem. Se isso acontecer, não se arrisque a de colar e cruzar “só essa casquinha” de nuvens: há muitos morros e afloramentos de rocha bastante altos, logo abaixo do Marins que podem estar encobertos.

 

Quando isso aconteceu com o amigo e piloto Fábio Pé, ele avaliou e optou por voar 100% na área sem nuvens e pousar no apertado Morro dos Carecas (detalhes sobre pousos mais abaixo). Outra alternativa é tentar contornar a montanha e pousar no lado norte. O vale ao norte é mais alto e tem menor chance de formar nuvens abaixo dos Marins.
 

Localização e Como chegar

Localização Campo Base: Clique aqui e veja no Google Maps
Way Point : -22.50867, -45.14929
Contatos Dito – Telefone: (12) 9709 4527

O Pico dos Marins está entre as cidade de Piquete-SP e Marmelópolis-MG, na Serra da Mantiqueira e o acesso se dá pelo Campo base, onde ficam o carro e a infraestrutura.
Partindo de São paulo a viagem leva entre 3h e 4h de carro e fica muito agradável quando começamos a subir a Serra.

 

Os últimos 15km são por estrada de terra de boa qualidade e com belos mirantes da Serra  e do Vale do Paraíba.

O Campo Base dos Marins

 
 
Voce pode dormir no alojamento ou acampar!
 
Turma pronta para caminhada
O campo base do Marins é bastante confortável para os padrões de um abrigo de montanha: conta com restaurante simples que serve refeições, porções, refrigerantes e cervejas e é permitido cozinhar com seu próprio fogareiro nas amplas mesas de madeira do refeitório. Há banheiros rústicos e chuveiros.
 
Aproveite o espírito e simplicidade do abrigo. Aconchegue-se em um lugar perto do fogão a lenha do refeitório e aventure-se nas histórias.

 

 
É recomendável fazer sua reserva com antecedência pelo telefone: Dito (12) 9709 4527 ou na página do Facebook do acampamento.
 

 

 

Equipamentos: O que levar e o que vestir

 
A subida ao Pico dos Marins é severa, é importante reduzir o peso da carga ao máximo. Cada grama faz diferença.
 
O Marins costuma ter temperaturas bastante baixas, porém o esforço da caminhada e a exposição ao sol; fará voce sentir calor e transpirar.
Use camiseta leve e um shorts curto (cuidado para não arranhar as canelas nas pedras e mato) e mantenha uma blusa com fácil acesso para quando voce sentir frio ao parar para descanso.
 
A mesma blusa, somadaa uma calça e luvas que voce levará na mala vão compor sua roupa de voo. Suba com botas de caminhada que voce também se sinta bem para voar.
 
Leve uns 2 a 3 litros de água pois o Marins não tem água potável ao longo do caminho. Lanche é indispensável.
 
Lanterna, protetor solar, rádio, óculos escuros, canivete, celular, cameras e snaks complementam seu equipo.
 
Sobre os paragliders, a maioria do time usou velas e seletes da SKY, mais leves que as velas comuns, o equipamento completo ficou entre 12 e 15kg. Um dos pilotos foi com a Mentor 3 light e selete light, com peso total do equipo entre 10 e 12kg. Mas também teve um piloto que subiu com Vela e Selete da Sol, com mais de 20kg de equipamento no total.
O peso do equipamento vai atrapalhar ou facilitar, mas é possível fazer a empreitada com qualquer vela. O Mais importante é que sua mochila de equipamento tenha uma barrigueira de qualidade e que voce conheça seus limites e ritmo.
 

A Caminhada

 
Inicio da trilha depois do Morro do Careca
O tempo total de caminhada leva de 3,5h a 5h dependendo do ritmo,
A grosso modo, a trilha de subida passa por 3 estágios: Morro dos carecas, Platô e Cume dos Marins ou Decolagem Norte
A orientação requer bastante atenção nos trechos de pedra, as marcas são sutis e os típicos totens de pedras empilhadas para mostrar o caminho são um pouco confusos.
Se voce tem experiência em caminhadas e trilhas, pegue umas dicas com o Dito no abrigo e siga confiante. Se voce é realmente inexperiente, contrate um guia.
 

Morro dos Carecas

O trecho até o Morro dos Carecas passa por uma trilha em meio a mata atlântica seguida por uma estrada desativada, tem inclinação leve e na maior parte do tempo tem proteção contra o sol.

 

Olha o Marins lá no fundo! Imagem Jefferson Estevam


O trecho do morro dos Carecas até o plato  inicia no meio da mata mas rapidamente passa para área aberta com pisada sobre a rocha, inclinação  mais severa e exposto ao sol.

 
 
 
Atenção: O Morro dos Carecas pode ser usado como pouso de emergencia ou se voce estiver sem resgate, então aproveite para notar bem os limites e pontos de referencia.
 

 

O Plato

 
Pilotos descansando no plato. Créditos Christian Boettcher
O plato dos Marins é uma área plana entre diversos cumes (Marins, Maria, Mariana e Marinzinhoou Pico Leste). Muitas expedições acampam aqui. Voce deverá fazer a decisão se segue para o Pico dos Marins ou para o ponto de decolagem norte, próximo ao Marinzinho.
 

Pico dos Marins

 
Do Plato ao Cume dos Marins voce enfrentará uma subida em rampa de pedra com inclinação bem alta e extensão longa, algumas pessoas preferem subir com ajuda das mãos. Suba devagar e com pisadas firmes, se voce sentir medo, encoste-se na parede e respire, voce vai notar que não há perigo de cair, basta manter o centro de gravidade perto da pedra.
Pilotos Fábio Pé, Jefferson Estevam, John Boettcher e Leandro Montoya preparando a decolagem. Créditos imagem Leandro Montoya
Cume do Pico dos Marins a 2.420m. Olha essas nuvens cara! Créditos Imagem John Boettcher
 
 

Decolagem SUL – Pico dos Marins

 
O Pico dos Marins é relativamente plano e amplo, voce poderá escolher o  melhor ponto de decolagem e comer um lanche enquanto vislumbra o visual incrível do vale do paraíba, serra da bocaina, Pico do Itaguaré, Pedra Redonda (bolinha), Pedra da Mina, Serra da Bocaina e a continuidade da Serra da Mantiqueira. Relaxe e contemple que voce vai decolar acima dos 2400! É a montanha mais alta inteiramente dentro do estado de São Paulo e a 26a mais alta montanha do Brasil. Uhhu!
 
A rampa é espaçosa e é possível decolar para todo o quadrante sul, de E a W. Imagem Leandro Montoya
Parapente de Jefferson Estevam sendo preparado para decolagem SUL. Créditos Imagem John Boettcher
 

 

Decolagem NORTE – próximo do Pico dos Marinzinho

Localização decolagem Norte: Clique aqui ver no Google Maps
WP: -22.49396, -45.1213
 
 
Se voce optar para decolar para o lado norte, o caminho é um pouco mais complicado. Não há uma trilha definida e o ponto de decolagem que utilizamos não é frequentado pelos montanhistas. O que fizemos foi varar a mata rasteira subindo por um lomo pouco antes do Marinzinho até sairmos no abismo da face norte, encontramos um ponto de decolagem difícil e nos arranjamos por ali.
Podem haver outros pontos de decolagem para Norte, explore!
 
A trilha para decolagem norte não é marcada. Nessa foto, o Pico dos Marins está seguindo a direita. Créditos Imagem Leandro Montoya
João Simonen se prepara para decolar na “rampa” Norte. Créditos Imagem: Jophn Boettcher
 

O voo

Leva um tempo para assimilar as dimensões bíblicas lá de cima.
 
Um plano voo top é ganhar altura na frente da rampa até a base da nuvem e seguir até Passa a Quatro, sobrevoando toda esse trecho de Serra da Mantiqueira!
 
Outro objetivo bacaníssimo e menos comprometido é voar sobre a serra até a Pico do Itaguaré. A caminhada Marins-Itaguaré é uma das travessias mais clássicas e queridas do montanhismo brasileiro e faze-la voando é um privilégio.

 

Mesmo se a condição permitir apenas o lift na encosta, voce voar em paredões vertiginosos repletos de grotas, maciços e catedrais de granito puro.
No pior dos casos, será um voo prego super gratificante e com a sensação de dever cumprido.

 
Créditos Imagem: John Boettcher
 
 

O Pouso

Há dezenas de opções de pouso para parapente Norte e para o Sul de modo que isso certamente não será um problema.

Pouso Norte

Localização Pouso Norte: Clique para ver no google Maps
WP:  -22.47051, -45.14321
 
Quando voamos para o lado norte, escolhemos pousar em um morrote destacado no vale. Além de fácil de ser visualizado, ele está bem isento de rotores e permite aproximação por todos os lados.
Caminhando para SO, em direção a casinha da fazenda, voce terá acesso a estrada que vem direto do acampamento base, sendo o resgate bem rápido e fácil.
 
A estradinha logo abaixo do pouso, a esquerda da ponta da bota, leva até o Campo base do Marins. Créditos Imagem Leandro Montoya
 

Pouso Sul

O Sul é repleto de pouso já bem perto da base dos Marins. Optamos por pousar no Bairro dos Marins, pela facilidade do resgate. Do alto voce poderá ver a estrada de terra que desce para Piquete, basta escolher um pasto.
Há uma infinidade de pouso para o lado sul. Imagem John Boettcher
 

Pouso Morro dos Carecas (emergencia ou sem resgate)

Localização Morro dos Carecas: Clique para ver no Maps
Way Point: -22.50188, -45.13968
 
Se voce estiver sem resgate, uma alternativa é pousar no Morro dos Carecas e descer o restante da trilha até o acampamento base. O Morro dos Carecas é bem pequeno e fica em uma baixada entre o lado norte e o lado sul da serra, com possibilidade de venturi. Dois pilotos do grupo já pousaram lá com sucesso, mas é perigoso e não recomendado.
O pouso é apertado e perigoso, mas a descida do Morro do Careca até o carro no acampamento base leva apenas 30min. Crédito imagem Leandro Montoya 

Hora limite de retorno

Como sabemos, pode acontecer de não dar voo e ser preciso retornar caminhando.
 
Não se preocupe, isso também acontece com montanhistas, muitas vezes não é possível chegar ao cume por conta do tempo que virou ou qualquer outro motivo.
 
O mais importante é retornar ao acampamento base em segurança, pois passar uma noite nos Marins sem equipamento adequado é uma roubada e realmente perigoso. Faz muito, muito frio (-4 no inverno).
Nós sugerimos um horário limite de decolar até as 15h ou iniciar o retorno que deve levar entre 2h e 3h e assim chegar ao acampamento base antes do escurecer.

 

Voce pode contratar um guia e resgate

A agencia de atividades de montanha HUT Aventura oferece roteiros especiais para expedições de parapente ao Pico dos Marins e outros destinos de aventura: os pacotes incluem transporte + hospedagem + assistência na decolagem + resgate. Acesse www.hutaventura.com.br ou escreva: contato@hutaventura.com.
 

 

Os Filmes!

 
 

              Marins Face Sul – 6min.

 
 
       Marins Fora do Padrão -12min.
 

Novos Vídeos disponíveis!

 

Marinshu Picchu from João Pedro Simonsen on Vimeo


PreguinhoForadoPadrão-AlvaroPidde

Texto: Leandro Montoya / Setembro 2015

Montanhista, Piloto de parapente e entusiasta do Hike and Fly. Primeiro a decolar do Pico da Neblina, montanha mais alta do Brasil! Editor do primeiro site dedicado a modalidade no Brasil.

9 Comments

  1. Unknown
    28 de setembro de 2015

    Um sonho a ser realizado!

    Responder
  2. Unknown
    28 de setembro de 2015

    Parabens Montoya e a Todo o time Hike end Fly Brasil… Galera Tooop!!!

    Responder
  3. Montoya
    28 de setembro de 2015

    Faltou voce nessa trip Alvaro Pidde! Precisamos voltar lá!

    Responder
  4. Matheus
    28 de setembro de 2015

    que show este dia eu estava fazendo a travessia Marins itaguare e vi vcs decolarem eu estava na pedra redonda, foi demais ver vcs… parabéns

    Responder
  5. Semenoff
    29 de setembro de 2015

    Iniciei no paraglider em 1990, a brincadeira tinha começado com montanhistas mas, naquela época, estava cada vez mais indo para o lado contrário, com equipamento cada vez mais pesado e decolagens só de onde se chega de carro. Até fiz uns voinhos de montanha, como do Pico do Papagaio, em Aiuruoca-MG, mas parecia que eu estava na contra-mão da história.
    Agora a direção mudou de novo, parece que o voo de montanha no Brasil vai decolar. Estou com um Himalaya da Airwave, com mochila que reverte em selete. Meu reserva pesa mais que a vela, rsrsr!
    Parabéns pelos voos, pelo blog e muito obrigado pelas informações!
    Stefan Semenoff

    Responder
  6. Montoya
    30 de setembro de 2015

    Que legal Matheus, parabéns vocês também pela travessia!

    Responder
  7. Montoya
    30 de setembro de 2015

    Semenoff, grato pelo comentário, adoraríamos conhecer suas histórias de pioneirismo.

    Responder
  8. Unknown
    13 de outubro de 2015

    Que orgulho de vocês.

    Responder
  9. Unknown
    23 de novembro de 2015

    Cara, vlw a companhia esse dia. Que belo dia de vôo entre irmãos 🙂

    Responder

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